Abundância x escassez: sobrevivendo à concorrência
Em um Negócio Minimalista, a concorrência pouco importa. Entenda porquê e como conquistar seu espaço. 
Para empresas empresas mais tradicionais, o conceito de estacionar o crescimento pode soar insano. Não porque seus executivos são feras gananciosas, mas porque deixar de crescer pode significar ser engolido pela concorrência. Uma das principais métricas de sucesso é o market share: qual fatia do mercado a empresa detém e como ela pode conquistar ainda mais espaço. 
 
Por outro lado, quando falamos de Negócios Minimalistas, a concorrência pouco importa. Quando nosso objetivo não tem nada a ver com aumentar o market share, nos preocupamos muito mais com o que estamos realizando, como nosso público está sendo atendido e como podemos melhorar nossos processos a fim de impactar toda a cadeia. Um empreendedor minimalista se inspira em seus “concorrentes”, talvez até colabora com ele – afinal, se um cresce, todos crescem.
 
Por que as visões de concorrência são tão diferentes?
Por que elas partem de princípios opostos. Pode parecer papo místico, mas a forma como estruturamos nosso sistema empresarial tem tudo a ver com escassez e abundância.
A escassez
No conceito mais tradicional de negócio, partimos do princípio de que não há espaço para todo mundo. Portanto, temos que ser os melhores e maiores para garantirmos nosso lugar e sobrevivermos. Se não há espaço para todos, precisamos crescer o mais rápido possível e continuar crescendo sempre mais. Porque, se estacionarmos, a concorrência devora nossa fatia de mercado. 
 
Essa competitividade reflete em enormes verbas de marketing, publicidades muitas vezes corrosivas e uma eterna guerra de preço, onde muitas grandes empresas priorizam produzir mais barato ao invés de produzir melhor, ou ao menos tentar equilibrar os dois lados. Pode ser desconfortável encarar, mas desse desequilíbrio desencadeiam muitos dos escândalos ligados a condições de trabalho desumanas ou desastres ambientais associados à produção e ao consumo irresponsável.
  
Tudo isso se origina na lógica da escassez. Ou seja, a falta, a limitação, a carência de oportunidades. Quer dizer que toda empresa que aqui chamo de “tradicional” é um desserviço ao mundo? Não, há muitos negócios responsáveis também. Mas quer dizer que a escassez foi o princípio sob o qual nossa economia foi estabelecida e muitas pessoas e empresas deram continuidade a isso sem questionar. 
 
Sendo bem honesta, não estou falando sobre Negócios Minimalistas para tentar transformar algo dentro essas empresas. Se algum ponto fizer sentido, maravilha. Mas para grandes empresas existe conceitos de Sistema B, sustentabilidade empresarial, logística reversa e muitos outros que endereçam especificamente suas realidades. Falo sobre Negócios Minimalistas para despertar uma nova visão de se fazer negócio naqueles que estão começando agora ou têm uma empresa enxuta. O que nos leva ao próximo ponto…
A abundância
No dicionário, abundância é muito ligada a fartura material. Entretanto, no conceito que trago para os Negócios Minimalistas, abundância é a fartura de possibilidades. Diferente da escassez, na abundância partimos do princípio de que há, sim, espaço para todos. Que sua criatividade é infinita. Que você sempre pode se reinventar. E que há público para você e para todos seus concorrentes. 
 
Ao invés então de tentarmos ser os maiores, trabalhamos para sermos excelentes dentro do que nos propusemos realizar, atingirmos o público que desejamos, alcançarmos nossa remuneração ideal e vivermos com o que consideramos suficiente para suprir nossas demandas emocionais e financeiras. É como se os consumidores de uma grande empresa se tornassem consumidores de várias pequenas empresas. A oferta é descentralizada.
 
Claro que o Negócio Minimalista também está sujeito a práticas nocivas à sociedade e ao ecossistema. Porém, ele parte de um princípio de mais acesso e menos competitividade.
E a concorrência?
Quando internalizamos que há espaço para todo mundo, o concorrente deixa se ser competidor e passa a ser visto como um parceiro. 
 
Por exemplo, no meu caso trabalhando com turismo sustentável na Amazônia, não estou nada preocupada que outro hotel de selva faça mais barulho e roube meus clientes. Quero mais é que ele grite mesmo, divulgue o turismo na Amazônia e assim mais pessoas podem se interessar em realizar essa viagem, beneficiando todos os hotéis. Inclusive troco figurinhas e aprendizados com vários de nossos concorrentes.
 
Talvez se eu souber que algum hotel nas redondezas queira monopolizar todo o turismo na região, ficarei mais preocupada. Mas mesmo nesse cenário, sei que o hotel de selva com que trabalho é único e tem diferenciais específicos para atingir um público determinado. Portanto, nosso público continuará existindo e disposto a se hospedar em um hotel de selva como o nosso, independente do barulho que o outro fizer.

Agrade quem realmente importa

Uma vez que definir qual será o produto ou serviço oferecido por você, entenda como é a demanda nesse mercado. Estude seu público, analise suas dores e o que é importante para ele. Se você ainda não tem definido seu produto mas quer trabalhar com um nicho de pessoas específico, você pode fazer o contrário também: escolher o público e então refletir sobre o que pode oferecer a ele.

De qualquer forma, faça o cruzamento entre o que o público quer e precisa, com o que seu negócio oferece. Feito isso, tenha clareza sobre seu diferencial – o que você tem que seu público realmente valoriza. O diferencial não precisa ser um atributo físico: uma cor, formato ou tecnologia. Ele pode ser seu atendimento, a forma como você envelopa sua comunicação, o propósito por trás do negócio. Mais do que falado, o diferencial precisa ser sentido. 

Tenha claro que você não está no negócio para agradar o mundo inteiro, nem sua cidade inteira, nem mesmo o bairro todo. Aceite as críticas e indiferenças com tranquilidade. Seu foco não é o crescimento exponencial. Você sabe muito bem quem quer atingir e direciona sua comunicação e sua oferta a essas pessoas.

Tome a responsabilidade para você

Não é porque existe um mar de oportunidades para explorarmos que podemos cruzar os braços e esperar que todas esses clientes cheguem até nós. A única pessoa que pode cavar essa oportunidade é você. A responsabilidade de prosperar seu negócio está nas suas mãos e na sua mente, e a de prosperar o meu está nas minhas. 

Um pouquinho de autoajuda de negócios

Pode ser que o time dos mais céticos não veja muito sentido nessa última parte. Mas, se assim como eu, você acredita que tudo o que realizamos em âmbito material tem relação com nossa frequência energética, recomendo que você leia mais sobre as 7 leis espirituais do sucesso, que têm tudo a ver com nossa pré disposição a um mundo de abundância. Fica aqui um gostinho:

1. Lei da potencialidade pura: nosso alinhamento com o poder que tudo manifesta no universo.

2. Lei da doação: a disposição de dar e receber e a importância desse fluxo de energia.

3. Lei do carma: causa e efeito; toda ação gera uma reação.

4. Lei do mínimo esforço: assim como na natureza, tudo que é natural funciona sem esforço.

5. Lei do desejo: nossa intenção age na transformação de toda a energia do universo.

6. Lei do desapego: quando nos abrimos a possibilidades desconhecidas, recebemos ainda mais que esperamos.

7. Lei do darma: darma é nosso propósito; quando nos alinhamos com ele a serviço dos outros, a abundância vem. 

 

Para concluir

Ao invés de gastar seu tempo avaliando cada ação de seu concorrente ou tentando ganhar os clientes que ele já conquistou, canalize sua energia em tudo que pode ser evoluído dentro do seu negócio.

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A busca pelo suficiente.

Um negócio minimalista visa o suficiente para proporcionar o estilo de vida que sua equipe deseja. Esse é o caso da estruturação da BemTeVi.

Se você acredita que tão importante quanto ter um negócio rentável é garantir sua liberdade e equilíbrio, o negócio minimalista pode fazer sentido para você.